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Entrevista com Wagner Valadão em 16/02/2003


Wagner Valadão

    "O pequeno gênio do motocross capixaba", como foi chamado pelo locutor em Barra do Sahy, Aracruz. Calado, meio tímido, esse baixinho se transforma num gigante quando sobe na moto e entra na pista. Em Barra do Sahy, depois de vencer a categoria Nacional Força Livre com uma Honda Tornado e a categoria 125cc com uma Honda CR125, Wagner subiu em uma Suzuki RM250 emprestada para vencer também a categoria Força Livre para motos importadas. Na verdade ficou em segundo nas duas últimas, mas o vencedor, o "profissional" Jorge Balbi, é mineiro e não marca pontos no campeonato capixaba, portanto, Valadão é o vencedor.
Quando pergunto como ele consegue vencer três provas seguidas com três motos diferentes a resposta é curta e simples: "Tenho facilidade de me adaptar as motos".

E tem mesmo, neste domingo, 16/02/2003, nos encontramos na pista do Diogo Andrade em Guarapari e depois de treinar uns vinte minutos o Wagner entrou na pista junto com Diogo Andrade. Deu algumas voltas e derrapou na pista caindo e quebrando o pedal de freio. Pensamos que o treino tinha acabado para ele. Engano nosso, mais uma vez ele mostrou facilidade de adaptação e voltou a pista sem freio traseiro. Começou devagar e ficamos boquiabertos quando o cara saltou na decida e conseguiu parar e fazer a curva lá embaixo usando só o freio dianteiro. Treinou mais uns vinte minutos saltando tudo e andando muito rápido mesmo sem o freio traseiro.

   
Honda Tornado na Nacional, Honda CR125 na 125cc e Suzuki RM250 na Força Livre:
Três vitórias no mesmo dia.

Aproveitamos a oportunidade para conversar um pouco com ele:

RH41 – Como e com quantos anos você iniciou no motocross?
Wagner – Meu pai participava de enduros de velocidade e sempre que terminavam as provas eu dava algumas voltinhas na pista com a DT180 dele. Quando tinha uns 14 anos eu comecei a andar mais rápido do que ele e aí ele resolveu parar e me colocar nas corridas.(risos...)

RH41 – O Klinger abriu mão de correr para que você corresse?
Wagner – Ele resolveu parar. Eu levava mais jeito para a coisa... (mais risos...)

RH41 – Então o Klinger sempre te apoiou?
Wagner – Ele sempre deu toda a força. Aliás, se não fosse ele eu não estaria competindo. Acho que não teria nem começado.

RH41 – Como é o Klinger na pista, muito exigente?
Wagner – No começo era. Quando eu cometia um erro na pista ele levantava e agitava os braços brigando comigo. Agora ele está mais calmo.(risos de novo...)

RH41 – E o seu irmão Kássio, foi campeão da 80cc em 2002, mas neste ano só caiu. Por que ele é tão afobado na pista?
Wagner – Ele quer andar muito mais rápido do que sabe. É muita vontade para pouca técnica... (mais risos...)

RH41 – Qual foi a sua primeira corrida?
Wagner – Foi em Vitória, um enduro de velocidade. Fiquei em 4º lugar.

RH41 – E o seu primeiro título no motocross?
Wagner – Em 1997 fui campeão capixaba de motocross da categoria estreante.

RH41 – E os outros títulos?
Wagner – Em 1998 fui campeão capixaba da Força Livre com uma Yamaha YZ250.
Em 1999 fui vice da 125cc.
Em 2000 participei do carioca de motocross, mas não dei sorte; fui em 5 corridas e a moto quebrou em 4. Não foi um bom ano.
Em 2001 as coisas melhoraram com o patrocínio da Itacar Motos e fui campeão capixaba da categoria 125cc e vice da 250cc. Neste mesmo ano participei da etapa do brasileiro de motocross em Cachoeiro do Itapemirim e fiquei em 16º na primeira bateria e 14º na segunda. Participei também de várias corridas em Minas e no Rio. Foi um ano muito bom.
Em 2002 me machuquei no início do ano e fiquei fora da primeira etapa do capixaba e do brasileiro em Cachoeiro. Mesmo assim fui campeão da 125cc, vice da Nacional e 3º na Força Livre.

RH41- Este ano (2003) você venceu a 1ª etapa em Caxixe nas categorias Nacional e 125cc e ficou em 2º na Força Livre. Na 2ª etapa em Barra do Sahy você venceu as três categorias e com estes resultados está liderando a Nacional e a 125cc, na Força Livre está empatado com o campeão de 2002 Diogo Andrade?
Wagner – Isso mesmo.

RH41 – Como e quando você conseguiu o patrocínio da Itacar Motos?
Wagner – É uma longa história; no começo de 2001 estávamos indo para uma corrida em Paraíso quando tivemos um probleminha com a polícia rodoviária. Meu pai havia perdido o DUT do carro e ficou tudo detido, carro, moto e ele (risos...). Foi aí que o "Tico" me convidou para continuar a viagem com ele e disse que me emprestaria a moto dele, uma CR125, para eu correr.
Chegamos em cima da hora. Larguei e logo depois caí, fiquei em último lugar e mesmo assim passei todo mundo e ganhei a corrida. Foram quatro corridas e ganhei todas. O dinheiro que ganhei deu certinho para pagar as multas e tirar o carro da federal, graças a Deus.
Acho que o pessoal da Itacar gostou de me ver correndo com Honda e me convidaram para um teste. Eles já tinham o Alberto Barone na 250cc e queriam um piloto para 125cc. Fui aprovado.

RH41 – E o patrocínio, continua até hoje?
Wagner – Tive patrocínio total com moto (Honda CR125), peças e etc. até metade de 2002 quando nos avisaram que a Itacar Motos não continuaria no motocross. De lá para cá eles deixaram a moto comigo, mas as despesas ficaram por minha conta.

RH41 – Por que eles pararam os patrocínios e desistiram da etapa do brasileiro de 2003?
Wagner – Acho que ele (o Sr. Clemente, dono da Itacar) se decepcionou com algumas pessoas do meio motociclistico nacional. Além disso, ele tinha o apoio da Honda que decidiu sair do cenário do motocross em 2002 e apoiar somente a equipe oficial. Ele gosta muito do motocross e deu a maior força para o esporte no estado.
(aí o Klinger, pai do Wagner, interrompe e diz: "Ele gosta de motocross tanto quanto ou mais que nós aqui. O problema é que não dá para bancar tudo sozinho.)".

RH41 – Eu concordo. A Itacar fez a melhor pista do Brasil e trouxe por três anos seguidos etapas do brasileiro e mesmo assim queriam que ele bancasse a etapa do brasileiro 2003 e o Mundial Junior sozinho. Mas bem que ele podia continuar a dar um pequeno apoio para você e o Beto, afinal você está liderando todas as categorias que participa, né?
Wagner – Bom, a moto ainda está comigo e enquanto eu estiver no Brasil pretendo continuar correndo, já é um apoio.

RH41 – Falando nisso e esse papo de ir para os EUA?
Wagner – Eu tenho um amigo em Boston que sempre me chama para ir correr lá e já está quase tudo certo. Já tenho até carteirinha da AMA e estou aguardando os documentos para que eu possa ir como esportista.

RH41 – Então é verdade mesmo, vamos ficar sem um de nossos principais pilotos? Tem gente falando que o campeonato vai perder a graça. Alguns pilotos dizem que já estão meio desanimados.
Wagner – Isto é um sonho meu que pode se concretizar. Quanto ao campeonato e os pilotos acho que o importante é aprender e melhorar sempre e eu gostaria que eles não desanimassem com minha ida e sim se motivassem cada vez mais.

RH41 – Você gostaria de agradecer a alguém?
Wagner – A meu pai (Klinger Valadão) e a Eliete, minha madrasta.
A Marcela, minha namorada.
A Paulinho Stinghel (Moto Stinghel) que sempre ajudou me levando para treinar e consertando minhas motos sem nunca cobrar nada.
Ao Castelinho, que mexe na minha suspensao e não me cobra nem uma moeda. A Flavio Pezin que me emprestou suas motos em várias corridas.
A Felipe Marques pelo mesmo motivo.
Ao Paulista, meu mecânico.
A "Tico" e "Caverna".
Ao Sr. Clemente (Itacar Motos) e sua esposa, D.na Rosely, pelo apoio e confiança.
Ao Ângelo (diretor de marketing Itacar Motos) e toda equipe da Itacar Motos pela disposição em me ajudar.

RH41 – É isso aí. Desejamos muita sorte para você, seja se você nos der o prazer de continuar competindo nas pistas capixabas e brasileiras ou se for encarar os gringos lá nos EUA.

Rápidas
Nome:
Wagner Rodrigues Valadão
Nascimento: 07/07/1977
Hobby: Motocross, trilha, moto, moto e moto.
Comida: batata frita
Ídolo: "Quando comecei gostava muito de ver o Beto Barone correr, ele curvava muito bem e era meu ídolo. Gosto também do estilo de Paulinho Stédile e do americano Tim Ferry".
Sonho: tudo dar certo nos EUA.
Vício: nenhum


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