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Entrevista com Renan Loubak 25/06/2004

    Atual presidente da FECAM - Federação Capixaba de Motociclismo, piloto e organizador de corridas, Renan Loubak é uma das pessoas mais apaixonadas pelo motocross que eu conheço. É impossível conversar com Renan sem falar em motocross e, mesmo com uma grande lista de fraturas, duas delas recentes quando quebrou os dois pés de uma só vez, Renan ainda se considera piloto e não deve demorar muito para voltar a correr, o que já faz a mais de 22 anos sem parar tornando-se o piloto do motocross capixaba com mais tempo em atividade.

    "Paitrocinador" da filha, Hanna Loubak, que já foi campeã da categoria 50 e hoje corre na 80, Renan está investindo na sua empresa, a Motocross Renan Loubak, e criando uma estrutura cada vez maior para montar os eventos que produz.

    Nos encontramos com Renan na noite de sábado, dia 25/06, em Venda Nova do Imigrante onde no domingo seria realizada a 3° etapa do Campeonato Capixaba de Motocross 2005. Conversamos bastante e o Renan falou sobre os principais problemas do esporte, esclareceu algumas dúvidas, e também se colocou a disposição das pessoas que gostam do motocross para responder perguntas e debater sobre o esporte no recém criado Fórum do RH41.

    É uma grande oportunidade para saber o que pensa uma das figuras mais importantes do motociclismo capixaba, conhecer melhor como funciona a produção das corridas e aproximar mais pilotos, federação e organizadores.


Renan Loubak
Organizando a 3° etapa do Capixaba de Motocross 2005
em Venda Nova do Imigrante
Foto: Lauro Hoffmann

RH41 - Vamos começar com o piloto Renan Loubak. Quando e como você começou a correr?
Renan - Eu comecei em 1989, mas já acompanhava o motocross e supercross desde 1981 porque eu andava em bicicross neste período, e junto com o bicicross eu vinha acompanhando o motocross. Na época do Lauro Hoffmann, Jackson Laureti, Toninho Passos, que hoje são os vovôs do Motocross. Então eu já venho acompanhando o motocross desde 1981.

RH41 - E como era o piloto Renan Loubak naquela época?
Renan - E comecei a correr com uma XL125 e a paixão pelo motocross era muito grande, falava mais que a razão porque fazer o que a gente fazia em cima de uma XL125 era muito difícil. Muitos pilotos até da Especial estranhavam como a moto andava daquele jeito, mas a paixão pelo motocross é muito grande, por isso a gente até deixava de lado os riscos, que também eram muito grandes, ao pilotar uma XL125 daquela forma.

Andei bastante tempo de XL125 e cheguei num período na categoria nacional que, quando eu não quebrava, ganhava a prova. Cheguei perto de ser campeão da Nacional. De 8 provas eu ganhei 4 e quebrei 4, sempre andando na frente.

Depois passei para a categoria especial e foi um susto muito grande. Eu saí de uma XL125 com kit de 180 e passei para a CR 250cc. Aí que começaram as dificuldades de você pilotar uma moto importada que era outra tocada e eu não tinha muita instrução na época devido a ter vindo do bicicross. A gente ia pra pista e: vamos saltar? Vamos!
Eu sempre gostei muito de saltos, de pistas de supercross e saltos altos, saltos grandes ou saltos longos mesmo.

RH41 - Por que você parou de correr?
Renan - Durante a minha vida de piloto de motocross eu sofri vários acidentes. Eu quebrei a perna, quebrei joelho, quebrei braço, quebrei mão, quebrei os dentes também, eu fraturei a coluna também num acidente muito grave. E na volta agora, sempre com alguns pilotos acontece isso, a parte financeira. A moto é muito cara e você não consegue manter. Você vende a moto achando que vai conseguir se manter no Motocross e não consegue repor uma nova moto, aí eu acabei passando um período complicado de ter que vender a moto e depois não conseguir comprar outra, aí fiquei muito tempo fora.

Depois voltei de novo e acabei me acidentando na primeira corrida, fraturando a coluna.
Fiquei mais um tempo fora, voltei de novo e fraturei as duas pernas num acidente.

RH41 - Então você não parou, está parado por causa do acidente?
Renan - Mas me pergunte: você parou? Não sei, o amor pelo motocross é muito grande, tanto que hoje a gente vai nas provas da minha filha Hanna, que eu incentivo porque ela gosta muito também, e assim a gente já está a 22 anos dentro disso, acompanhando os altos e baixos do esporte, muitos pilotos vieram e muitos pilotos foram, mas tem muita gente boa que ficou aí no Motocross levando ele pra frente.


Renan no dia da entrevista em Venda Nova
Foto: Lauro Hoffmann

RH41 - O que é mais fácil, ser piloto ou presidente da Federação?
Renan - Ser piloto é mais fácil porque você chega em uma prova e é você e a pista, então você chegou pra andar e a sua preocupação é só com a corrida. Ser um presidente de Federação, principalmente no nosso estado onde a deficiência financeira é muito grande nas realizações dos campeonatos, é muito mais difícil por vários motivos. Hoje nós não temos um campeonato fixo de patrocínio, então nós ficamos dependendo das prefeituras, ás vezes eles confirmam a data com você e marcam essa data ás vezes com quinze dias, ou uma semana antes, fazem promessas que vão pagar o evento e chega no dia não pagam, aí a gente acaba ficando com o compromisso de assumir tudo.

E ainda tem que estar atento a tudo o que acontece no motociclismo dentro do estado, nós temos o campeonato de Motocross, o campeonato de Enduro de regularidade, tem o campeonato de Veloterra, tivemos um campeonato de Motovelocidade, campeonato de Cross-Country, campeonato de Wheelie e campeonato de Moto Arrancada. Então hoje como presidente você tem que estar praticamente acompanhando todos os campeonatos que são realizados dentro do estado, filiando pilotos e etc..

A questão do crescimento da Federação foi muito grande em número de pilotos e em número até de provas também. antes nós chegamos a ter duas ou três provas durante um ano e campeonatos que não conseguíamos terminar e hoje nós temos campeonatos inteiros... que começam e terminam, mesmo com essas dificuldades financeiras que vem acontecendo dentro do Estado em termos de patrocínio. Se não fossem as prefeituras a gente não conseguiria realizar as provas e campeonatos de hoje.


Renan como diretor de prova
Queria mesmo é estar na moto...
Foto: Lauro Hoffmann

RH41 - O que seria preciso pra gente fazer um campeonato fixo, no caso você falou que não tem apoio financeiro pra isso, o que seria preciso?
Renan - Eu vejo, como organizador também de algumas provas do campeonato, a questão financeira. Porque hoje a gente esbarra muito na questão financeira em termos de estrutura e nós não temos um patrocinador fixo para o campeonato. Porque quando você tem um patrocinador fixo, independente das cidades patrocinarem ou não o campeonato você já tem aquela empresa que está patrocinando então você procura só uma estrutura logística no município, não a parte financeira.

RH41 - A prefeitura seria um complemento?
Renan - É, seria só um complemento para a realização das provas. Então ficaria mais fácil você manter as datas do campeonato e programa-lo independentemente da cidade.

Nós tivemos casos, como aconteceu em Venda Nova mesmo, de estar programada uma data e o prefeito pediu para mudar a data. Era ele quem pagava, era o patrocinador do evento e nós tivemos que mudar a data para ter esta prova do campeonato em Venda Nova. E nesse caso existe aquele compromisso também de ele mudar a data e manter esta data todos os anos enquanto ele for prefeito para realizar uma prova de campeonato.

RH41 - Além de presidente da Federação você é organizador de eventos, então você pode falar das três posições: piloto, presidente de federação e organizador.   Peço que você explique por que este começo de 2005 foi complicado e não tivemos algumas etapas. O que aconteceu?
Renan - Falando como organizador, este ano nós tivemos a mudança de prefeitos. Em algumas cidades mudaram os prefeitos e alguns prefeitos quando nomeiam um secretário de esporte que não tem aquela tradição do Motocross ser realizado na cidade, como Barra do Sahy e outras cidades que isso acontece. Então pra gente conseguir retomar aquela negociação de uma prova de Motocross naquela cidade fica muito difícil, por que algumas pessoas que não conhecem bem o motocross vêem como um esporte de pessoas ricas que não tem o que fazer. O sujeito não conhece e não sabe que o motocross é um dos esportes mais bonitos do mundo de se ver. E existe essa dificuldade de você retomar algumas provas devido ao custo financeiro da prova com a premiação, alguma estrutura, porque hoje não é só ter uma premiação pra bancar os pilotos, é necessário dar uma segurança também aos pilotos com a equipe médica, com um isolamento de pista, enfim, tudo que nós estamos tendo nas etapas do capixaba. O evento pede isso e o pessoal que trabalho conhece a dificuldade que é muito grande, tem alguns lugares que tem boa vontade para fazer, mas eles não conseguem te dar uma boa estrutura, então às vezes você não consegue fazer uma boa prova nesta cidade. Então eu prefiro não fazer esta prova porque eu sei que não vai ter uma boa estrutura como tem em outros lugares.

É o que eu falo sempre pro pessoal; o esporte hoje eu to vivendo os três lados, o caso de piloto que sei toda a dificuldade que é comprar uma moto e ir pra uma pista, sei a dificuldade de ser o presidente da federação, mas a pior delas hoje é ser organizador de eventos, por que quando você está organizando um evento você é o principal responsável, tanto na parte financeira como na parte técnica, tudo, se deu tudo certo bom, parabéns, agora se deu tudo errado cai tudo nas minhas costas, o organizador é o responsável. Tudo que acontece é culpa do organizador.

O problema de pista nos dias de hoje é que nos temos que fazer uma pista que atenda todo mundo da categoria 50, 60, tem o pessoal da categoria estreante, tem a Força Livre e às vezes algumas coisas que alguns pilotos não entendem é que cada piloto, eu observei, quem organiza sabe disso, alguns pilotos hoje pensam só na categoria dele, alguns já falaram isso pra mim: "A minha categoria andando certo, o resto que se dane". Então a gente observa isso, que cada categoria é um problema diferente, é muita gente pensando assim, a categoria dele dando certo ele não está preocupado com as outras categorias, a dele deu certo, beleza, as outras o organizador que se vira pra lá, então isso é muito complicado para o organizador de prova.

Tem também a questão dos recursos financeiros que "dão errado", eu tenho até hoje alguns recursos sem receber de algumas prefeituras, mas eu tive que arcar com os pagamentos, pois eu fiz o evento e tenho que cumprir pois os pilotos que vieram de longe para correr não tem nada a ver com isso. Você organizou e convidou tem que arcar com os problemas. Se deu lucro, legal, agora se deu prejuízo você tem que assumir para não deixar o motocross cair no descrédito. Já vi casos de organizadores que chegaram na cidade pegaram os recursos e saíram devendo tudo, devendo troféu, hotel e essas coisas assim. Então isto é até um conselho para outros organizadores, não deixem isso acontecer para não denegrir a imagem do motociclismo no estado.


Corrida organizada por Renan em Vila Valério
Excelente exemplo:
Pista larga, bem demarcada e com bom afastamento, público isolado,
arquibancadas, boa estrutura médica e de box e etc.
Apoio da prefeitura local faz a diferença.
Foto: Lauro Hoffmann

RH41 - Já aconteceu isso?
Renan - Já aconteceu isso, eu mesmo já passei por isso, chegar no hotel e o cara me cobrar; vem cá, você que mexe com motocross? Você que é da federação? Sou, por que? Não, por que um veio cara aqui e fez um evento, um "fulano de tal", e saiu sem pagar a conta. Eu falei; eu vim aqui fazer o evento? Não. Então infelizmente você tem que ir atrás dele que é o responsável. Hoje temos pessoas sérias organizando e procurando trabalhar no estado, mas tem algumas pessoas também que não tem muita noção do que é um custo de uma prova de motocross, o cara acha que com um X consegue fazer uma prova e no final acaba tendo um prejuízo financeiro muito grande.

RH41 - Muita gente não entende por que nas provas do capixaba de motocross por você não tem treinos no sábado, você poderia de explicar?
Renan - Existem vários fatores para a Motocross Renan Loubak não organizar os treinos no sábado nas corridas que faz.

O primeiro item: Eu sou adventista, freqüento a religião Adventista do Sétimo Dia e não faço trabalho aos sábados, então pra mim o motocross é um trabalho, então eu não realizo os treinos nos sábados.

Outros motivos, falando como organizador;
-Eu fiz uma avaliação com os pilotos sobre isso de que, se você realiza um treino de sábado você consegue favorecer alguns pilotos que tem oportunidade de ir no sábado para fazer o treino, alguns pilotos tem essa facilidade e alguns não tem esta facilidade por que só conseguem chegar no domingo da prova pra fazer o seu treino. Então o piloto que já treinou no sábado já conhece a pista e consegue se destacar melhor, o que não acontece com os pilotos que vão só no domingo.

-Existe hoje um desgaste muito grande de pista, o treino do sábado desgasta muito a pista e em algumas cidades você não dispõe de maquina para acertar a pista. Em algumas cidades você tem a maquina para fazer a pista por 30 ou 40 horas e depois você não consegue mais a maquina para dar manutenção na pista.

-Nós temos um problema muito serio no estado que é equipe medica para os eventos, para fazer um treino no sábado "bagunçado" é melhor você não fazer, você tem que ter tudo, tem que ter o medico, ambulância, você tem que ter a equipe toda de trabalho, então toda uma estrutura que é montada pra corrida do domingo você tem que montar para duas horas de treinos no sábado. Se você montar um treino à tarde não consegue acertar a pista pro outro dia e corre um risco muito grande de prejudicar o evento devido a este treino do sábado. Algumas cidades tem esta estrutura pra fazer isto e outras não.


Em 2003 organizando e correndo o Campeonato Capixaba de Motocross
Foto: Lauro Hoffmann

RH41 - Fale um pouco sobre a Motocross Renan Loubak? Você já tem uma estrutura montada para organizar os eventos?
Renan - Eu hoje me dedico muito a questão do motocross, a gente sabe que o estado hoje tem muitos aventureiros dentro do motocross. Então hoje se você não procurar se atualizar no que vem acontecendo no Brasil corre o risco não passar apenas de corridinhas. Você vai vender um projeto com a prefeitura e não tem o que vender, é uma cerquinha de corda, um arame, em alguns lugares o pessoal acha que o bump é o isolamento de pista e colocam só o bump como isolamento da pista.

Mas a gente sabe que o motocross cresceu muito no estado, são eventos hoje que estão dando até 10 mil pessoas, então você não consegue montar um evento desse sem segurança, sem ter todo um isolamento de pista pra você manter esse nível de segurança. Então eu estou investindo em fechamento, to procurando investir num ônibus para melhorar a estrutura dos eventos. Os pilotos também estão investindo na moto deles para ir para uma prova desta e chegar lá sabendo que vai encontrar pelo menos alguma coisa boa, ou pelo menos 80% de bom, que infelizmente a gente não consegue agradar em todas as provas, porque hoje tantos os pilotos como o organizador tem que seguir o regulamento.

Às vezes cada um agrada de uma pista diferente. Devido a essa deficiência de profissionais destas áreas, eu tive que aprender de tudo, de cronometragem, direção de prova e até de operar maquina e fazer pista, até locução eu faço. É muito difícil você ter os profissionais desta área. A responsabilidade é muito grande, você coloca em risco não só os pilotos, mas também o nome da cidade que está realizando a prova.

Quem organiza é muito criticado, mas as criticas construtivas fazem a gente crescer e melhorar muito as coisas que vamos fazendo. Eu procuro ver as coisas que estão acontecendo lá fora e a forma que a gente vai fazer aqui, mas sempre dentro de um acordo financeiro dentro das nossas possibilidades que você tem para viabilizar os eventos. Não adianta querer fazer uma etapa de Brasileiro com 50 mil reais que eu sei que não vou conseguir fazer 30% dele.

E hoje você fala em 20 mil reais para tentar organizar uma prova mais ou menos numa cidade, montar uma estrutura, uma arquibancada, montar tudo, você quase apanha lá, o cara fala; com 20 mil eu monto escola, eu faço creche, eu faço aquilo, não vou trazer um evento de moto aqui. E às vezes te oferece 3, 4 mil reais, que não pagam nem a premiação dos pilotos. A gente manda um projeto razoável que a gente sabe que as condições das prefeituras são muito difíceis, mas faz de acordo com as possibilidades e eu procuro sempre fazer o melhor possível. Pode não ser o ideal, mas foi o melhor que podia ser feito naquele dia com as condições que me deram para fazer.

Às vezes toda a estrutura que você tem começa a funcionar as 11 da manha, pois os funcionários designados pelas prefeituras, você marca as sete da manhã e os caras chegam as 11. E você fica a mercê deles por que não foi você que bancou eles e sim a prefeitura. Se você pagando é difícil cumprir o horário, imagina desse jeito.

RH41 - as provas do Capixaba de Motocross são muito boas e dão um bom retorno de mídia, é muito difícil viabilizar um patrocinador fixo para o campeonato?
Renan - eu já tentei isso junto a Petrobrás, já tentei um patrocinador fixo com a Petrobrás ou uma empresa grande bancando pelo menos 50% do projeto, uma empresa dessa bancando, já tentei a Honda também, e o resto você conseguir na cidade com a prefeitura, ai você consegue realmente montar um campeonato com alguma estrutura.

Mas a resposta deles é a seguinte; alguns patrocinadores (empresas) falam; "ah, eu não vendo moto de cross", mas ele esquece que as pessoas que vão ver o motocross hoje não são aquelas pessoas que compram a moto de cross, mas são as pessoas que consomem o produto deles, que eles estão vendendo o produto no dia a dia.

RH41 - Você está falando das revendas de moto?
Renan - Sim, as revendas de moto, as concessionárias de moto, é difícil aquela que vende motos para motocross, mas eles esquecem que quem vai lá comprar uma moto de rua, é quem vai assistir o motocross, é aquele consumidor final da CG, da moto grande enfim, é o motociclista.

O que tem a Kolynos ou o Mate Leão com o motocross, não tem nada a ver, mas nós já tivemos patrocínio deles em alguns eventos, por que? Quem vai assistir é quem consome o produto, está associando a marca dele com o consumidor final, então está aparecendo, está havendo um retorno do que ele está investindo. Alguns empresários não tem esta visão, eles só querem investir no que ele vende, em campanhas do seu produto, mas não quer dar um retorno para quem compra o produto dele patrocinando um evento de lazer como o motocross, que leva um publico muito grande e também a imprensa que trás a matéria espontânea, que custa caro se ele fosse fazer matéria paga.


Em 2003 competindo na Copa ES em Colatina
Foto: Lauro Hoffmann

RH41 - Falando de mídia, as TVs de Vitória acompanham pouco o motocross por ele ser disputado basicamente nas cidades do interior do estado, inclusive não sabem que o campeonato está tão bom. O que poderia ser feito para mudar isso?
Renan - Nós temos uma grande dificuldade em termos de mídia por que hoje nós somos quarenta federações de vários esportes no estado disputando o espaço de cinco minutos no Globo Esporte. No jornal A Gazeta, se eu não me engano, são duas paginas pra mídia estadual e duas para mídia nacional e às vezes o motocross está sendo disputado lá no interior e tem um evento realizado na Grande Vitória, então o deslocamento da equipe de Tv pra ir lá cobrir o motocross já fica mais difícil, eles preferem fazer uma cobertura dentro da Grande Vitória por que fica mais fácil pra eles do que no interior por causa do custo de produção.

Outra dificuldade é que, apesar de termos uma parceria boa com todos os repórteres desportivos, mas às vezes o editor chefe gosta mais de futebol e quando nós mandamos a matéria às vezes tem muitas outras matérias de outros esportes e ele escolhe os esportes que mais gosta. Quando a gente realiza uma prova de motocross aqui na Grande Vitória fica tudo mais fácil para a imprensa se deslocar e fazer as filmagens.

Existe também a dificuldade das provas do interior de passar os dados para a imprensa em tempo hábil, tem locais que a gente tem dificuldade de telefone para passar os resultados, em muitos lugares o celular não pega e não dá para os resultados chegarem a tempo de serem publicados na segunda-feira seguinte ao evento.

Outro problema é que, se você não faz mídia paga, é difícil ter a mídia espontânea. Quando você fecha um pacote de mídia paga para um evento você automaticamente inclui a mídia espontânea, já fica tudo incluído num pacote, você não fez a paga não tem a espontânea. Você só ganha a espontânea se eles não tem outras matérias para colocar. Alguns repórteres já conversaram comigo sobre isso, já fizemos reuniões das federações do estado com o pessoal da imprensa para saber por que não saem as matérias e as explicações foram estas. Já tivemos Brasileiro de Motocross que saiu uma matériazinha lá no rodapé e um campeonato de pipa sair uma matéria inteira e ninguém entender o por que. Às vezes você colocou a divulgação do evento em uma rádio, se a imprensa é concorrente eles não vão divulgar alegando que é da concorrência.

Como você pode ver são muitos problemas...

RH41 - Já temos a confirmação da 4ª etapa do campeonato em Viana, e as demais etapas?
Renan - A quinta etapa está confirmada em Alfredo Chaves dia 31 de julho, a sexta será em Vila Valério dia 14 de agosto e a final em Campo Grande no dia 28 de agosto, todas confirmadas.

RH41 - E a Copa ES de Motocross?
Renan - temos algumas provas extras agendadas. A abertura da Copa Espírito Santo seria no dia 15 do mês passado naquela prova de Cachoeiro do Itapemirim, mas a prova teve que ser adiada por uma semana e acabou coincidindo com a data da corrida de Rio Bananal, por isso não pode valer para a Copa para não prejudicar alguns pilotos. Nós já temos algumas cidades como Vargem Alta, Cachoeiro e Iconha querendo, então provavelmente poderemos ter a Copa ES 2005.


A filha Hanna herdou a paixão do pai.
Tri-campeã do Minicross, este ano está correndo na 80cc
Foto: Lauro Hoffmann

RH41 - devido à dificuldade que é reunir os pilotos, organizadores e Fecam para debater sobre nossos assuntos, nós do RH41 resolvemos criar um Fórum no site. O que você acha?
Renan - Depois que foi criado, o RH41 deu uma ajuda muito grande ao motociclismo capixaba que começou realmente a ter suas provas divulgadas lá fora, as pessoas terem acesso ao que está acontecendo dentro do motociclismo capixaba que estava muito escondido, as pessoas fora do nosso estado ou até dentro do estado não tinham acesso às informações do nosso motocross.

A criação do Fórum é muito boa por que, às vezes, tem pessoas que vão para o Mural do RH41 e falam de coisas que elas não sabem como funcionam, cada estado é uma situação, não adianta querer comparar Rio com Espírito Santo ou com São Paulo ou com Minas e Bahia, cada estado vive a sua realidade dentro do esporte.

A criação do Fórum dentro do site para debater estes assuntos é muito boa por que muitos pilotos moram longe e quando fazemos uma reunião para decidir como vai ser o ano seguinte poucos aparecem, com o Fórum vai ficar mais fácil para a gente conversar mais. Eles vão ter respostas das coisas que acontecem, por que eles só vêem o que esta acontecendo no dia da prova, e dia de corrida é muito complicado por que os pilotos estão doidos para correr e preocupados com prova e o organizador também e fica muito difícil ter tempo para conversar e decidir alguma mudança.

O organizador viaja varias vezes até a cidade da prova, fica longe da família, se sacrifica muito e no dia é "chamado de tudo", as pessoas não sabem por que é cobrada uma inscrição, por que a premiação e mais baixa ou mais alta do que outros estados, eles não sabem nada disso. Portanto, a criação do Fórum do RH41 vai dar oportunidade deles terem estas explicações.

Algumas perguntas você consegue responder tranqüilamente, agora tem perguntas que não compensa nem responder por serem tão absurdas a ponto de comparar um evento capixaba com um Brasileiro de Motocross, tipo: "Por que o brasileiro tem aquela estrutura e o capixaba não tem?", aí não tem resposta mesmo.

Eu agradeço muito aos pilotos que reconhecem esse trabalho que vem sendo feito dentro do nosso estado, nós crescemos muito, temos que melhorar muita coisa ainda em termos de organização, em termos de estrutura.

RH41 - Fique a vontade para falar o que quiser.
Renan - eu queria agradecer aos amigos, o motocross é realmente uma família, nós fazemos muitas amizades no esporte. Temos amizades de muitos anos que nos acompanham e sabem como é feito este trabalho, sabem as dificuldades que você enfrenta para organizar os eventos. Amigos que chegam no evento e procuram nos ajudar, entendem as situações que acontecem no dia. O organizador às vezes se vê sozinho no evento por que algumas pessoas contratadas não apareceram e estes amigos procuram ajudar nestas situações, procuram saber o que está deficiente no dia e colaboram.

Eu agradeço os pilotos que confiam no trabalho, não da federação, mas o trabalho do Renan, por que o Renan fica, a federação outro pode assumir na próxima eleição. Isso é o gostoso no motocross as coisas passam os amigos ficam, esta amizade fica entre os pilotos e as famílias que freqüentam o motocross. São tantos amigos que a gente tem dentro do motocross que, sem citar nomes para não esquecer alguém, eu quero agradecer todos os amigos que amam o esporte e estão nesta batalha juntos.

O sonho de todos nós é ver grandes eventos de motocross no estado com pilotos bons participando do campeonato brasileiro, ganhando o campeonato, motos novas andando, é o sonho de todos nós.

Já estou no motocross há 25 anos, como piloto, organizador e presidente da federação, como admirador, mecânico, de tudo eu já fui um pouco no motocross, e é um esporte que acho que vou ser sempre apaixonado, e ainda tem minha filha que está andando e também é apaixonada.

Agradeço também aos pilotos de fora que vem do Rio, Minas, Bahia e outros estados. Se não tiver piloto não tem corrida. Agradeço a todos.

Rápidas
Nome:
Renan Loubak
Data nasc.: 05/09/1966
Cidade: Cariacica-ES
Categoria: Open
Hobby: Motocross
Comida: Mais natural possível, verduras, legumes, etc.
Ídolo: Em primeiro lugar Deus, no motocross eu tenho o Jorge Negreti como ídolo
Sonho: Ser um grande piloto de motocross. "Ainda não realizei, mas pretendo chegar lá."
Vício: Motocross
Música: Evangélica


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