A piloto Stefany Serrão, da equipe IMS Honda, entrou com um protesto formal na Confederação Brasileira de Motociclismo pedindo o cancelamento da 3ª etapa do Campeonato Feminino de Motocross, que aconteceu no último fim de semana (6 e 7 de setembro), em Guarapari, ES.
A chuva que atingiu a cidade no domingo de provas prejudicou totalmente o andamento da competição, deixando a pista sem mÃnimas condições de segurança e com condições de competitividade totalmente desiguais.
O Campeonato Capixaba de Motocross, que seria realizado no mesmo dia, no mesmo local e pelos mesmos organizadores, foi cancelado por causa da destruição da pista causada pela chuva.
“A categoria que contava com pilotos muito mais experientes e com motos muito mais potentes foi cancelada porque a pista não apresentava condições e a nossa, com muitos iniciantes, não foi. Não faz o menor sentido”, destaca Dener Serrão, pai da piloto e chefe da equipe IMS Honda.
Dener explica ainda, que o fato da chuva ter caÃdo na cidade e destruÃdo a pista tirou totalmente a competitividade da categoria, uma vez que nem todas as pilotos utilizam o mesmo tipo de moto. A piloto Stefany Serrão corre com uma moto de 150cc, enquanto as suas adversárias utilizam motos de 250cc.
“É a mesma coisa que você pegar um terreno cheio de barro e lama e colocar um carro rebaixado para competir contra um carro off-road. Não havia a menor condição de competitividade mas o pior de tudo era a falta de segurança na pista”, completa ele.
Segundo ele, não havia a menor condição de se efetuar um resgate dentro do circuito e, felizmente, não aconteceu nenhum acidente sério. Dener contou que, por causa da chuva, as motos tinham que ser retiradas de dentro da pista com um quadriciclo 4 x 4.
“Como você pega uma categoria cheia de meninas inexperientes e as coloca para abrir um dia de competição em uma pista totalmente destruÃda pela chuva e que você não sabe as reais condições dela”, indaga ele.
Antes da prova, as pilotos já viram a falta de condições do local e solicitaram o cancelamento da prova. Das seis inscritas inicialmente, duas se negaram a correr por causa das precárias condições da pista. Segundo o regulamento, são necessárias pelo menos cinco competidoras para que a prova seja válida.
“Neste momento, o organizador da prova de maneira autoritária disse que tinha chegado uma inscrição de última hora e que não iria fazer nada e nem escutar a solicitação das pilotos e realizaria a prova”, comentou.
Mesmo ciente de que não tinha nenhuma condição de entrar na pista, Stefany tentou participar da prova e quebrou duas motos, abandonando a competição na terceira volta. “Foi uma injustiça muito grande. Gastamos tempo, dinheiro e um fim de semana em famÃlia para vir aqui”, comenta Dener. Indignada com a situação, Stefany chegou a chorar na pista se sentindo impotente diante da injustiça provocada pela organização da etapa.
Desânimo
Segundo Dener, caso o protesto não seja aceito corre o risco até de a piloto abandonar as próximas etapas da competição. Ele explica que a permanência ou não dependerá de Stefany. “Por mim, a gente estaria fora. Mas se ela disser que deseja continuar na competição, acatarei a decisão dela”, explica.
Ele conta que, para participar da competição, chegou até a “comprar briga” com a Honda, principal patrocinador da piloto. Isso porque, em princÃpio, nenhum dos pilotos patrocinados pela marca japonesa iria participar de provas realizadas pela Confederação Brasileira.
“Como ela é uma menina, o chefe da equipe Honda abriu uma exceção, pois viu que seria uma oportunidade dela competir em igualdade de condições. Mas depois disso tudo, vi que ele estava certo e que, realmente, não dá mais pra fazer parte das competições organizadas pela CBM”, lamentou ele, que explica que priorizou o Brasileiro e, para participar da competição, chegou até a abrir mão de algumas etapas da Superliga.
A Stefany Serrão tem o patrocÃnio de General Motos , Gap academia , Valflex, IMS, Polispost, Motul, Hot Rods, Stocovich, Oneal, Evs, Space1, Vertex, Pro Taper e W3
www.stefanyserrao.com.br