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Fala Laurinho, beleza?
Rapaz, leio a revista gringa e fico indignado com tudo, com o desenvolvimento do nosso esporte, com nossas revistas nacionais de péssima qualidade jornalística, e com a falta de interesse de todos com “cada um no seu quadrado”, pensando apenas em se divertir...
Quer dizer, de vez em quando dá vontade de desabafar e acabo escrevendo alguma coisa sobre.
Aí vai:”
Ler, pensar e debater, essa é a proposta!
Os franceses estão crescendo muito no motocross, como exemplo, os irmãos Pourcel (Christophe e Sebastien). Um é campeão americano e todo mundo sabe que o cara anda muito, o outro ganhou várias etapas do mundial e também uma corrida no Motocross das Nações de 2008 (está sumido, pois está se recuperando de uma queda séria que teve). Outros nomes estão chegando como: Gautier Paulin e o grande cara de hoje do mundial: Marvin Musquin...
Abaixo, um texto traduzido e resumido de uma reportagem que li na revista americana Racer X, uma matéria interessante que se refere aos franceses. A ideia é refletirmos sobre o futuro do motocross e também qualquer outro esporte no nosso país.
Matéria traduzida da Race X:
Justin Barclay (construtor de pistas) acredita que exista uma diferença entre os franceses e o resto dos europeus: A atitude é única! Mesmo que antes da corrida todos fiquem ansiosos, eles estão tranquilos e indiferentes, bem francês, mas eles são espertos!
Se voce constrói uma nova seção de saltos, eles procuram estudar, medir e aí com isso, constroem igual na pista deles para praticarem durante a semana.
E o que eles procuram fazer é sempre com qualidade. O planejamento certo, o nível certo de exercícios, a quantidade de horas de treinos de moto na medida certa, e de diversão também!
Mas, isso não vem do nada, com cada um, separadamente, criando o seu programa de treinamento. O que acontece é que a Federação Francesa criou tipo um programa de formação de pilotos onde, nada mais nada menos que 100 pilotos de 11 a 14 anos aparecem para participar de um programa de desenvolvimento que tem sua duração de um a dois anos de trabalho.
Depois disso, apenas os 20 melhores são selecionados para o próximo estágio, onde eles chamam de “coleção de esperança”, pilotando motos de 85, 125 e 250cc pelo campeonato europeu. Finalmente, são selecionados para o grupo de elite para participarem do Campeonato Mundial, onde terão suporte/atenção personalizada para a escola, treinamentos, técnicas de pilotagem e assistência médica. Claro que a Federação Francesa tem a colaboração do Governo Francês. Com isso, cada "mini-piloto" francês tem direito a um dia da semana de folga (na escola) para se dedicar integralmente ao esporte. Nos EUA é diferente, pois podemos ensinar nossas crianças com aulas em casa msm...
Dessa forma, será que o sucesso francês está realmente na metodologia abordada por eles para a obtenção de novos talentos? O que a América, Inglaterra, a Austrália e os outros países estão fazendo? A nossa preocupação na obtenção de novos talentos é a mesma da francesa?
A França certamente mudou o cenário do motocross europeu. Para subir o degrau, eles tem americanizado isso, principalmente no estilo de pilotagem deles, mas estão fazendo seus próprios caminhos. Com isso, estão mudando a Europa! E o novo estilo francês será que mudará com o estilo americano? Os resultados do AMA nos mostrarão...
Fim da matéria.
Conclusão:
Quer dizer, Pourcel na frente..., anda suave, consistente, mas sabe ser agressivo quando necessário. Levou o campeonato de supercross e parece que levará o motocross também... Será que isso se deve ao seu país ou ao simples talento natural? Ou até mesmo a junção dos dois? Só sei que o irmão dele anda muito também, e o Marvin também... Não sei, não. Mas, devemos sempre estar de olhos bem abertos com os gringos e tentarmos seguir os passos dos caras (pelo menos os passos que geram sucesso) para crescermos como pilotos, como esporte e como todo o resto que vem quando o esporte fica num nível tal que o resto ( marketing, grana, reconhecimento) vem junto...
Federação Brasileira
O que está sendo feito para o desenvolvimento dos pilotos de base?
Foi criado um campeonato a parte, mas só isso é necessário? Os moleques saem muitas vezes na quinta, até na quarta para correrem em etapas a mil quilômetros de casa. A preocupação com a formação escolar, onde fica? Fora que os custos são dos PAItrocínios e na minoria das vezes reais patrocínios de empresas do ramo, apenas.
Soube que alguns pilotos tiveram ajuda de seus estados, mas acho que isso acabou fora que a ajuda não era tão grande, não cobrindo os custos de uma corrida e da estrutura da equipe, que é apenas o dinheiro e nada mais. Será que não se pode oferecer mais nada a este atleta, como diz a matéria acima: assistência médica, ajuda profissional em relação a preparação física, psicológica...
Podemos ver em nosso estado quem são os melhores pilotinhos. São os que tem total ajuda dos pais, que podem bancar os custos e que tem a disposição de acompanhá-los pelo estado, levando-os na corridas e nos treinos durante a semana.
Vou parar por aqui. Tá ficando muito grande esse texto. Numa próxima vez eu escrevo mais (quando ficar nervoso com o desenvolvimento do nosso esporte, vendo os outros crescerem tanto e a gente meio que parado).
Abraço!!! Enquanto isso, como dizem... Vamos nos divertindo...
E eu pergunto: Quem não gosta de se divertir andando bonito, numa pista top, gradeada, com segurança?
-Felipe Manzano é de Vitória-ES e, quando não está pilotando a "plataforma" da Petrobras, é piloto de motocross.
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